O deputado Marcio Bittar disse
em entrevista à Agência ContilNet, na tarde desta sexta-feira (16), que ainda
não acredita na saída de Tião Bocalom do PSDB. “Eu e o PSDB inteiro gastaríamos
que ele ficasse no partido. Ele tem o espaço dele construído dentro do PSDB e
tem todo o direito de buscar uma eleição. Continuo esperando que ele fique e
que tudo se resolva”, disse o parlamentar, que se encontra na região do Juruá
realizando atividades políticas.
Mas
ele já deu declarações de que ia deixar o PSDB, insistiu à Agência ContilNet:
“Se ele quiser mesmo sair não tenho como obriga-lo a permanecer no
partido. Se por acaso acabar acontecendo, ele jamais vai ser o meu adversário.
O meu adversário é o PT”, declarou o tucano.
Ao
falar sobre as declarações de Tião Bocalom, que disse a um site local que ele
teria elogiado o governo da Frente Popular, durante uma entrevista, Bittar
respondeu: “Não se trata de elogios, mas de uma resposta que dei ao
apresentador Alan Rick, da TV Gazeta, quando ele me perguntou se eu fazia parte
do grupo de pessoas que acha que a Frente Popular não tinha feito nada de
positivo para o Acre”, explica.
Bittar
disse que quem desconhece a história é o próprio PT, que acha que o Brasil foi
inaugurado quando o Lula se elegeu presidente da República.
“O
PT é que tem a mania de não reconhecer o que outros governos fizeram. Nós, do
PSDB, não agimos assim. O José Serra, em plena campanha presidencial de 2010,
dizia para quem quisesse ouvir, que ele reconhecia o mérito do governo do Lula
por ter mantido as bases econômicas implantadas pelo governo Fernando Henrique
Cardoso, e que o PT acertou em manter e aprofundar as políticas sociais que FHC
criou. O mesmo reconhecimento eu escuto e vejo do senador Aécio Neves, que
agora é nosso pré-candidato a presidência da República”, disse Marcio.
Para
o tucano, nenhum partido consegue governar bem desconhecendo a história dos que
passaram. “A história é um livro aberto, cada um vem e escreve um capítulo. Eu
não vejo que alguém possa se diminuir ao reconhecer aquilo que os outros
governos fizeram. Você pega o caso do PMDB que construiu mais de cinco mil
unidades habitacionais em nosso estado. Foi responsável pelo asfalto ligando
Porto Velho a Rio Branco, no governo Sarney. Nabor foi o governador da
democracia, foi quem ligou Rio Branco a Plácido de Castro, a Porto Acre,
construiu várias pontes. O governo Orleir Cameli, que tirou Sena Madureira,
Xapuri, Brasileia e outros municípios do isolamento. Portanto, o que eu disse e
repito foi que, diferentemente do PT, não desconheço e nem finjo que não vejo o
que os outros fizeram”, esclarece.
“Temos
que virar a página da florestania”
Marcio
Bittar conta que as divergências com o Partido dos Trabalhadores vêm desde o
movimento estudantil. “Não são divergências superficial, momentâneas. Acho que
para governar bem o Acre, temos que virar esta página da florestania e
inaugurar uma página da cidadania, que tenha atividade econômica e democracia.
Mas não faremos isso negando a história de ninguém”.
Ele
diz que discordar do governo petista em vários pontos. “Temos visão de estado
diferente. Os problemas que acontecem hoje na Saúde, não é só falta de verba.
Não se justifica as filas intermináveis nos hospitais, os exames que quando
chegam muitas vezes a pessoa já têm falecido; as escolas que só começam a
funcionar em abril ou maio, milhares de profissionais na educação e na saúde
vivendo com contrato provisório há mais de dez anos, nossos produtores sem
assistência na zona rural, a onda de violência que assusta a todos”, critica.
E
encerra: “Não concordo com a visão do PT, de que o marginal é apenas um pobre
coitado excluído da sociedade. Isso não é verdade. O que acontece é que este
governo não valoriza quem cuida da segurança. Estas pessoas, assim como a
população, estão a mercê de bandidos que quando vão para a cadeia ainda são
beneficiados com uma bolsa família de 900 reais”.
Agência ContilNet
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