João Francisco de Paulo, proprietário da BBom |
A
BBom é considerada pelo Ministério Público Federal em Goiás como o tapume para
a construção de uma pirâmide financeira que, em menos de seis meses, angariou
irregularmente 300 mil investidores e ajudou um grupo a amealhar R$ 300 milhões
– fora uma centena de carros, inclusive duas Ferraris, quatro Lamborghinis e um
Rolls Royce.
Dono
da marca BBom, João Francisco de Paulo diz ao iG também ter ficado surpreso com o sucesso do
negócio. Mas ele faz questão de qualificar a empresa como um sistema de
marketing multinível perfeitamente legal. A
estratégia de varejo, conta, foi a escolhida para turbinar as vendas dos
serviços de monitoramento e rastreamento que sua Embrasystem fornece há cinco
anos. A Embrasystem não é fabricante. Os equipamentos são adquiridos de outras
empresas – uma brasileira e outra americana.
"Foi
muito maior do que a gente imaginava e também nos assustou. E por isso nós
temos hoje 1,5 milhão de equipamentos [ vendidos ]", diz ele, com o argumento de que usa
as taxas de adesão pagas pelos associados para comprar, junto aos fornecedores,
mais produtos para comercializar. "Seria, sim, criminoso se eu estivesse
recebendo [ taxas de adesão ] das pessoas e não comprasse equipamentos."
Nesta
entrevista, concedida na quarta-feira (10) horas depois de a 4ª Vara Federal de Goiás anunciar o bloqueio de seus bens
e os da Embrasystem , Paulo acusa pessoas
"mal intencionadas" de plantarem informações falsas contra a empresa.
Isso, argumenta, é que motivou promotores, procuradores da República e,
liminarmente, a Justiça, a colocarem a Embrasystem, ao lado da Telexfree , no alvo de uma força-tafera que investiga ao menos outros
11 negócios suspeitos de serem pirâmides financeiras.
"Eu
sei quem foi", diz, com a promessa de revelar os nomes no futuro. "Mas acho que o Ministério
Público e a Justiça estão corretíssimos [ em investigar ]
pois vão separar o joio do trigo", afirma.
O
empresário também nega que a Embrasystem tenha relações com a Telexfree e
também recusa a informação de que já foi processado por crimes financeiros.
Leia abaixo trechos da entrevista.
Fonte: iG
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