O que você diria se lhe
contassem que no interior do Acre, em uma cidade chamada Tarauacá, a cerca de
453 km da capital, Rio Branco,
existem abacaxis que podem pesar até 12 quilos? E dissesse mais: que um dia um
produtor da região já colheu um desses frutos pesando 15 quilos. Mentira? Não!
Quem
confirma a existência do fruto gigante, inclusive mostrando a plantação de mais
de 3 mil pés espalhados por dois hectares em uma propriedade rural de
aproximadamente 44 hectares, em Tarauacá,
é o senhor João Ferreira da Silva (44), também conhecido como João Cobra, um
dos três produtores que trabalha com a cultura naquela município.
Ele
trabalha há cerca de 20 anos no ramo da agricultura e destaca que ficou
surpreso com o tamanho do abacaxi na primeira safra colhida. João Cobra cultiva
plantios de arroz, milho, feijão, tomate e banana e trabalha com culturas
consorciadas, o que garante renda para o ano inteiro.
No entanto, a produção do
abacaxi gigante é o carro chefe do seu sustento familiar. Segundo ele, em época
de escoamento da produção, dos cerca de 3,5 mil pés de abacaxi que cultiva,
consegue aproveitar aproximadamente 80% para comercialização no mercado local,
principal consumidor do fruto.
"Fiquei
surpreso porque no primeiro ano já nasceu grande (o abacaxi). Por isso, resolvi
investir e a cada ano fui aumentando o plantio. Planto primeiro o arroz, o
milho e outras culturas, depois o abacaxi. Quando estou terminando de colher
um, vou plantando o outro. Em média, da quantidade plantada de abacaxi, consigo
obter cerca de 80% para comercialização. Temos alguns problemas com pragas como
a broca e, às vezes, quando vem saindo o fruto, ele quebra e não cresce. Por
ano, faço em média R$ 10 mil a R$ 12 mil com a venda do produto", explica
João Cobra.
Ele
trabalha há cerca de 20 anos no ramo da agricultura e destaca que ficou
surpreso com o tamanho do abacaxi na primeira safra colhida. João Cobra cultiva
plantios de arroz, milho, feijão, tomate e banana e trabalha com culturas
consorciadas, o que garante renda para o ano inteiro.
Segundo o produtor, há cerca
de cinco anos colheu um abacaxi que pesava 15 quilos, mas atualmente o fruto
produzido tem peso médio entre nove e 12 quilos. João Cobra revela que o um
abacaxi de 10 quilos não é vendido por menos de R$ 25 para o consumidor e fala
sobre os períodos mais atrativos para a colheita da produção.
"Um
abacaxi com tamanho comum chega a pesar de três a quatro quilos, no máximo. Já
colhi um de 15 quilos, há uns cinco anos, mas hoje o peso varia entre nove e 12
quilos. No mês de junho é a melhor época para a colheita dos frutos maiores,
enquanto o mês de outubro é mais propício à produção em maior escala. O valor
para o consumidor varia, dependendo do peso, entre R$ 20 e R$ 25. A partir de
junho próximo teremos o escoamento da primeira produção deste ano", fala
João Cobra.
Causas do
'gigantismo' são desconhecidas
O técnico agroflorestal Cidomar Falcão das Chagas, da Secretaria de Estado de
Extensão Agroflorestal e Produção Familiar do Estado do Acre (Seaprof), conta que mudas do fruto já
foram levadas para outras cidades do Acre, mas em nenhuma delas a produção
resultou em abacaxis tão grandes.
"Levaram
mudas para cidades vizinhas de Tarauacá, até para Rio Branco, e elas não desenvolveram
como nessa região. Não sei qual o motivo. As pessoas falam que pode ser o solo,
mas até então nenhum estudo foi feito exatamente na área para saber se a causa
do crescimento é realmente essa. Não temos embasamento científico para
comprovar isso, mas o abacaxi gigante aqui é um prazer para todos nós",
considera.
O produtor
João Cobra também não sabe explicar os motivos para que o fruto cresça tanto na
região de Tarauacá, mas acredita que seja por causa da fertilidade do solo.
“Acho que é o solo. Não usamos adubo nenhum. Somente planto e mantenho a
plantação zelada”, afirma.
O tempo
para a produção estar pronta para a colheita, de acordo com João Cobra, é de um
ano e seis meses. Depois de colhido, a recomendação é de que, se estiver
maduro, seja consumido em no máximo cinco dias. "O gosto não é muito doce
como o do abacaxi comum, mas pode ser comido sem problemas. O mais comum é ele
ser utilizado para suco, cremes", conta o produtor.
Duaine Rodrigues
Do G1 AC
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