sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Promotor admite índice elevado de crimes eleitorais no Juruá e dificuldade de combater com greve da PF


O promotor eleitoral da 4ª Zona que inclui os cinco municípios da Região do Vale do Juruá, Iverson Bueno, disse durante entrevista à TV Juruá de Cruzeiro do Sul, que existe um alto índice de crimes eleitorais, principalmente nos municípios mais isolados. Para ele, a impunidade é grande por conta da pouca estrutura de combate e com uma complicação a mais, que é a greve da Polícia Federal.
Bueno diz que existe muito assistencialismo e a população ainda vende o voto de forma espontânea. “A impunidade é muito grande aqui, a corrupção é grande nos cinco municípios, tem um promotor para 501 candidatos. Como é que eu vou subir um rio para saber o que um candidato está fazendo. A geografia da região dificulta. Quando saio para outros municípios, aqui (Cruzeiro) fazem a festa e assim vice e versa”, diz.
Em visita ao município de Mâncio Lima, o promotor diz que identificou várias residências de pessoas carentes com areia, tijolos e barro encostados para construir, sem que apresentem a menor condição financeira para que pudesse adquirir o material.
“A pessoa não ganha nenhum salário mínimo, não tem muitas vezes o que comer e está lá com esse material. Qualquer pessoa que está construindo sabe quanto é caro. Então é óbvio que a gente identifica, mas quando pergunta a origem, eles inventam as histórias mais absurdas possíveis”, disse.
Iverson Bueno comenta que a situação de flagrante é difícil e as investigações na região ficam ainda mais complicadas com a greve da Polícia Federal. “A meu ver, a greve está pendendo a contribuir com a corrupção em todo País. Porque a Polícia Federal é a legítima em combater os crimes eleitorais e eu estou sem o apoio dela. Só que a greve é um direito constitucional, como é um direito constitucional votar e ser votado e para isso, você tem que garantir uma eleição justa”, finaliza.
Juruá Online

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