sábado, 15 de setembro de 2012

Clima é de tensão em aldeia atacada por arredios na fronteira com o Peru

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O presidente da Federação do Provo Huni Kui, Ninawá Huni Kui, que integra a etnia kaxinauwá, confirmou nesta tarde de sexta-feira, 14, que índios morreram durante confronto com arredios que vieram de terras peruanas e invadiram as terras indígenas da aldeia Humaitá, próximo ao município de Feijó (a 400 quilômetros de Rio Branco).
AGazeta.net havia divulgado anteriormente que o local do conflito seria o da Frente de Proteção Etnoambiental Envira, mantida pela Fundação Nacional do Índio, a cinco dias de barco do município de Tarauacá. Não é.
As terras indígenas de Humaitá são banhadas pelo rio de mesmo nome e estão a cerca de 200 quilômetros de Rio Branco, se percorrido o trajeto em voo em aeronaves pequenas.  
Conforme Kui, que tem o mesmo sobrenome do povo o qual representa, o clima é de apreensão na aldeia local, desde os ataques desta quarta-feira, 12. Ele mantém contato com a aldeia via rádio e por internet.
“Temos a confirmação de mortos, mas ainda não sabemos quantos. Lá, nós somos 400 e há informação de que morreu gente nossa e também do lado dos arredios”, contou a AGazeta.net o presidente da Federação Huni Kui.
Guerreiros Ninawa

“Eles estão apreensivos”, completa. A tensão é justificada, sobretudo, porque diferente da base de proteção do Envira, nas terras do Humaitá nunca houve embates entre os índios arredios que vivem do lado peruano e brasileiros.
“Lá, nós víamos sempre vestígios deles nas praias. Víamos que passavam pelo rio Humaitá, mas nunca imaginávamos que eles iriam atacar”, pontua o líder indígena.
A reportagem tentou falar com a coordenadora da Funai no Acre, Maria Evanízia, mas não a localizou no prédio da instituição em Rio Branco.
Um funcionário, no entanto, afirmou que as informações ainda são poucas desde a área. “Aqui, não temos muitos fatos ainda a se confirmar sobre o que ocorreu”, disse ele, sem querer se identificar.
Ninawá Huni Kui informou que não há nenhuma representação de qualquer órgão na região.
“Por enquanto, eles estão sozinhos lá. Não tem Polícia Federal, não tem Forças Armadas nem Funai. O que há é muita apreensão”.

Agazeta.Net

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