terça-feira, 17 de novembro de 2015

Região do Juruá registra mais de 90% dos casos de malária no Acre

Cruzeiro do SulRodrigues Alves e Mâncio Lima lideram o número de registros de malária no Acre. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), os municípios do Vale do Juruá possuem mais de 90% dos casos registrados da doença no período de janeiro a outubro de 2014 e 2015.

Ainda de acordo com os dados da Sesacre, houve uma redução de 21% nos casos de malária no estado. Além disso, os casos da malária falciparum, considerada uma das mais graves, teve o número de internações reduzido em 48%. Segundo o órgão nenhum óbito pela doença foi registrado e ao menos 75% dos casos são tratados em menos de 48h após o início dos primeiros sintomas.

Mâncio Lima registrou mais de 4 mil casos este ano
De acordo com Neilson Alves Melo, coordenador de Endemias de Mâncio Lima, município localizado a 698 quilômetros da capital, a cidade registrou nos dez meses deste ano um total de 4.020 casos.

Apesar de ser um número alto, o coordenador diz que houve uma redução de 24% se comparado ao mesmo período de 2014, quando houve 5.282 registros. Segundo ele, 81% dos doentes foram tratados em menos de 48h.

Melo explica que várias ações de combate são realizadas na cidade e devem ser intensificadas com o período de chuvas. Entre elas, borrifação de inseticida específico em áreas prioritárias. No interior da cidade, foram entregues mosquiteiros, além do auxilio de agentes comunitários de saúde.

"Não temos como cobrir o município inteiro por falta de pessoal, tínhamos um contingente muito bom do Estado até o ano passado, mas todos foram demitidos. Atualmente só temos 12 agentes e 14 microscopistas e 10 laboratórios de diagnósticos. Temos também pessoas fazendo coletas de lâminas nas residências", explica.

Plano de eliminação da doença
Para combater a doença, o Ministério da Saúde lançou o Plano de Eliminação da Malária no Brasil, na última terça-feira (10). A ação faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) lançados pela Organização das Nações Unidas (ONU). A meta é reduzir 90% dos casos até 2030 e da eliminação de malária em pelo menos 35 países.

De acordo o ministério, a região amazônica é responsável por 99% dos casos naturais do país. Fora da região amazônica, mais de 80% dos casos registrados são importados dos estados pertencentes à área endêmica brasileira, de outros países amazônicos, do continente africano, ou Paraguai. Desde 2000, tem havido redução de mais de 50% de casos no Brasil.

A doença

A malária é uma doença infecciosa transmitida pela fêmea do mosquito Anopheles infectada pelo Plasmodium. Os principais sintomas são febre alta, calafrios, tremores, suor e dor de cabeça. Atualmente, não existem vacinas disponíveis. O tratamento é simples e eficaz, mas, se a doença não for tratada, ela pode matar.

Quésia MeloDo G1 AC

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