Produção agrícola da Colônia 27 em Tarauacá impressiona pela qualidade dos produtos (Foto: Gleilson Miranda/Secom) |
“Nós não queremos receber sacolão, queremos
apoio para produzir.” Foi com essa frase que a equipe da Secretaria de Extensão
Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) foi recebida pelo cacique Assis
Huni Kuin, da terra indígena Colônia 27, localizada em Tarauacá.
A disposição em produzir é resultado do trabalho de
fortalecimento da produção agrícola que a Seaprof vem desenvolvendo nas
comunidades indígenas com a distribuição de equipamentos e com a garantia de
comercialização como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
A Colônia 27 é a menor terra indígena da Amazônia. São
apenas 305 hectares. Se a extensão territorial é pequena, a vontade e
organização da comunidade são gigantes.
A produção das 41 famílias que moram no local
impressiona. Os índios produzem açaí, banana, colorau, cupuaçu, mamão, cana de
açúcar, além da criação de peixes.
A assistência técnica é fornecida pelos próprios índios
da aldeia que foram capacitados e hoje são agentes agroflorestais indígenas. Um
deles é Siã Huni Kuin. “A produção aqui na aldeia é fruto do nosso trabalho. A
gente vai buscar técnica de como produzir melhor. Como vocês tão vendo aqui o
resultado tem sido muito bom”, afirma.
Na comunidade todos trabalham. E as mulheres possuem um
papel importante para garantir a melhoria da qualidade de vida do local. Além
de serem as responsáveis pelas tarefas domésticas e ajudarem na produção
agrícola, ainda encontram tempo para se dedicar ao artesanato.
As peças artesanais, além de garantir uma boa renda para
as famílias, divulgam a cultura indígena. “Nós dedicamos dois dias da semana na
produção do artesanato. Produzimos peças através da tecelagem, da palha e da
cerâmica. Nós nem precisamos levar os produtos para vender na cidade, as
pessoas estão vindo comprar aqui na aldeia”, diz orgulhosa, Same Banu Bake,
representante das mulheres da Colônia 27.
Artesanato produzido pelas mulheres garante renda para a comunidade indígena (Foto: Gleilson Miranda/Secom) |
Mais apoio à produção indígena
Durante visita à comunidade, o Secretário da Seaprof,
Glenilson Figueiredo, se impressionou com o nível de organização e garantiu
mais investimentos. “Essa comunidade é pequena, mas é impressionante a vontade
que eles tem de produzir. Estamos aqui para ampliar os investimentos e garantir
a comercialização por meio do PAA”, afirmou.
Os índios reivindicam o fortalecimento da parceria com a
Seaprof. “A gente não quer sacolão de ninguém. O que a gente quer é apoio
técnico para produzir e aumentar nossa produção. Por isso, estamos tão
satisfeitos com essa visita”, enfatiza Assis Huni Kuin, cacique da aldeia.
Agência de Notícia do Acre
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