O presidente do Sindicato dos
Agentes Penitenciários do Acre (Sindap/AC), Adriano Marques, revelou na manhã
desta quarta-feira (25), durante uma conversa com jornalistas na Assembleia
Legislativa do Acre (Aleac), que cerca de 500 quilos de entorpecentes podem
estar sendo comercializados dentro das unidades prisionais em todo Estado.
As
afirmações de Marques têm como base as apreensões de drogas ocorridas nos
presídios acreanos nos últimos cinco anos.
“Temos dois dias destinados a
visitas, aonde aproximadamente 1200 pessoas vão às unidades. Suponhamos que em
apenas um dia de visita, desse universo de 1,2 mil pessoas apenas 100 entrem
nos presídios com drogas; teríamos 10 quilos de drogas em um dia. Em um ano
seriam 480 quilos de entorpecentes dentro das unidades prisionais do Acre”,
calcula Adriano Marques.
Segundo
ele, o problema pode ser resolvido com a reestruturação das unidades
prisionais, aquisição de scanners corporais e a reativação de aparelhos de raio
X, além da presença de cães farejadores e bloqueadores de celulares.
O
sindicalista voltou a denunciar a falta de equipamentos de segurança para os
agentes penitenciários e a falta de efetivo, principalmente do sexo feminino.
“Hoje,
das 1,2 mil pessoas que vão aos presídios nos dias de visitas, cerca de 70% são
mulheres; com o efetivo reduzido de agentes femininas, não temos como realizar
uma fiscalização eficaz. Temos pavilhão onde estão abrigados 200 presos e
apenas dois agentes é que cuidam desse pavilhão”, diz.
Há
três meses Adriano Marques tenta, junto à Comissão de Segurança Pública da
Aleac, a realização de uma audiência pública para que seja debatida a atual
situação da segurança no Estado e o sistema prisional acreano, mas todas as tentativas
foram sem sucesso.
Nesta
manhã (25), ele tenta mais uma vez conversar com o presidente da comissão,
deputado Jamyl Asfury (PEN).
Marques
comentou, ainda, sobre a entrevista do governador Tião Viana, que anunciou o
investimento de R$ 40 milhões em novas ações de segurança para conter a
crescente onda de criminalidade que se instalou no Estado.
“O
governador prometeu R$ 40 milhões para novas ações de segurança pública, mas
para a melhoria do sistema prisional o chefe do Executivo não falou nada”,
destacou o sindicalista.
Agência ContilNet
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