terça-feira, 9 de julho de 2013

Empresa envolvida na G-7 pode ter bens bloqueados para garantir salários de funcionários

Eleacre_in1

A empresa Eleacre Engenharia Ltda de propriedade do empresário João Francisco Salomão, ex-presidente da Federação das Indústrias, teve pedido de bloqueio dos bens pelo Sindicato dos Trabalhadores em Construção Civil no Acre. A medida é para garantir o pagamento dos funcionários que há três meses não recebem um centavo da indústria.
Hoje teve princípio de tumulto na gerência quando mais uma promessa de pagamento não foi cumprida. Uma das administradoras que estava no escritório, identificada como Socorro enviou um recado para nossa reportagem afirmando que não falaria sobre o assunto. Pelo portão de acesso ao pátio da empresa, localizada na Via Chico Mendes, no bairro Vila Acre, só entravam servidores e pessoas autorizadas.
Na sede do sindicato dos trabalhadores da Construção Civil foi que a reportagem teve mais detalhes sobre o calote dado em cerca de 180 trabalhadores. José Adelmar, presidente do sindicato que representa a categoria disse que existem trabalhadores com cinco anos de serviços sem o recolhimento de FGTS.
“A situação é muito critica, os gerentes dizem que tem R$ 600 mil para receber, mas alegam não ter R$ 170 mil para retirar a certidão”, comentou Adelmar.
O representante dos trabalhadores alega que já tentou vários acordos e que a última medida tomada após duas semanas tentando negociar com os patrões foi a de pedir o bloqueio dos bens da Eleacre “para garantir o pagamento dos servidores”, acrescentou.
Um dos funcionários disse que a gerência tinha negociado pagar R$ 300 na manhã de hoje (9) “até aparecer alguma obra”. Ele pediu para não ser identificado. Eles prometem acampar com suas famílias no pátio de serviços caso a situação não seja resolvida ainda esta semana.
Proprietário da Eleacre teve envolvimento na G-7
A Eleacre era gerenciada pelo empresário João Salomão, ex-presidente da Federação das Indústrias. Ele foi preso em maio pela operação G-7 da Policia Federal que investigou a formação de cartel na construção civil do Acre.
Salomão foi flagrado em uma interceptação telefônica feita pela Policia Federal com autorização da Justiça, falando com o governador Sebastião Viana. A conversa informava sobre a possibilidade de o Banco do Estado de Sergipe emprestar dinheiro sem garantias da obra e sem as amarras do Banco do Brasil, do Banco da Amazônia e da Caixa Econômica Federal.
Mesmo com liberdade concedida pela Justiça, João Salomão foi proibido de frequentar no ambiente de trabalho e de manter negócios com o governo do Acre. A esposa de João Salomão, Vangela Salomão é quem gerencia a empresa.
Jairo Carioca – da redação de ac24horas
carioca.ac24horas@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário