terça-feira, 7 de maio de 2013

Preço de custo da farinha aumenta 100% nos últimos três meses

Farinha 1

A farinha está cara porque a macaxeira sumiu das plantações. A Secretaria de Agricultura e Floresta de Rio Branco avalia que dos mil produtores ribeirinhos da zona rural da Capital apenas 30% tiveram acesso ao crédito e reposição da lavoura após a alagação 2011/2012.

Sem capital de giro e sem estrutura para renovar o plantio, a oferta de macaxeira despencou. Com a oferta rareada, o preço começou a oscilar. Nos três primeiros meses, o setor supermercadista foi usando o estoque. Mas, em abril, não deu para segurar mais.

O preço disparou. O fardo de 25 quilos saltou de R$ 70 (em média) e passou a oscilar entre R$ 125 e R$ 140. Uma variação de preço que flutua entre 78,57% a 100%. Há muito tempo o mercado não assistia a um fenômeno como esse. O setor supermercadista contabilizou quatro altas no último mês.

Ano passado, a secretaria organizou um mutirão para beneficiar o máximo de macaxeira. “Foi um adjunto que acabou garantindo a oferta do produto e dando uma equilibrada no preço”, lembra o secretário de Agricultura e Floresta de Rio Branco, Mário Jorge da Silva Fadell.

Junto com o Estado, a Prefeitura de Rio Branco conseguiu repor 1/3 da safra com o Programa de Mecanização Agrícola na área ribeirinha, apontada na ocasião como prioridade, justamente pelo socorro ao pequeno agricultor que via o produto do seu esforço e trabalho apodrecer debaixo da terra enlameada pelas águas do Rio Acre.

Problema está na produção, afirma empresário
A Secretaria de Agricultura e Floresta de Rio Branco avalia que são três fatores básicos que contribuem para o problema da escassez do produto no mercado. O primeiro já foi relatado: a alagação.

O segundo é uma consequência do primeiro: a dificuldade de acesso ao crédito após o desastre natural. O Governo Federal, na época acenou com uma ajuda de R$ 80 milhões para socorrer a produção ribeirinha.

“Mas, aí, um novo problema se apresentou: a burocracia”, afirma o secretário. Muitas vezes, sem documentação da terra, com documentos pessoais irregulares, restrições bancárias, sem licença ambiental o agricultor ribeirinho viu a ajuda escorrer rio abaixo. “entre mil, cerca de 300 tiveram acesso”.

O Governo Federal não tem um tratamento diferenciado para problemas dessa natureza. Segue o protocolo e, enquanto isso, o produto e o comércio contabilizam prejuízos.
Ainda de acordo com a Secretaria de Agricultura e Floresta de Rio Branco, o terceiro fator é a comercialização: em busca de maior rentabilidade, os produtores e associações conseguem clientes com melhor disposição para pagar fora do Acre. Ao longo da BR-364, muitos abastecem parte do mercado rondoniense. E no Juruá, os produtores buscam abastecer Manaus.

A saída pelas duas pontas do Acre faz contribui para rarear a farinha na Capital. “Aqui, hoje, há muita farinha de Sena Madureira e Bujari”, afirma o secretário Fadell.
Um dos proprietários da maior rede de supermercados do Acre, Ádem Araújo assegura: “é um problema de produção”. Com presença também na capital Porto Velho, a rede Araújo já avaliou importar farinha de outras re-giões. Mas, recuou diante da qualidade ruim e o preço pouco atrativo.

A seca forte no Nordeste também é outro fator que contribui para o sumiço da macaxeira. Na Bahia, um dos maio-res produtores do país, a situa-ção também é dramática.

Em Cruzeiro do Sul, há duas semanas, uma balsa estava programada para sair com destino a Manaus carregada com 300 toneladas de farinha. Teve que se contentar com apenas 50 toneladas. Era o que tinha.


Casas de farinha precisam ser ampliadas
O projeto 120 Casas de Farinha, de autoria do então senador Tião Viana precisa ser revisto. O Acre Economia já mostrou em edições anteriores que em algumas regiões (Plácido de Castro) as casas estão praticamente abandonadas.


Em Rio Branco, a situação é a oposta. Nas 10 casas de farinha beneficiadas pelo programa, a prefeitura avalia que precisa ser duplicada a capacidade operacional. Quando não há problemas de escassez devido à alagação, a produção fica abaixo do ideal porque o tamanho das casas de farinha está pequeno.Leia Mais

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