Pelo
menos oito pessoas foram presas na Operação Leite Compen$ado, que apura a
adulteração de leite por cinco empresas de transporte no Rio Grande do Sul. A
ação foi desencadeada nesta quarta-feira pelo Ministério Público Estadual
(MPE), com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
da Receita Estadual e da Brigada Militar. Ao todo, foram expedidos nove
mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nas cidades gaúchas de Ibirubá,
Guaporé e Horizontina.
As
investigações, feitas pelas promotorias de Justiça Especializada Criminal e de
Defesa do Consumidor da Capital em conjunto com o Mapa, apuraram que as
empresas de transporte de leite adulteraram o produto cru entregue para a
indústria. Uma das formas identificadas é a da adição de uma substância semelhante
à ureia e que possui formol em sua composição, na proporção de um quilo deste
produto para 90 litros de água e mil litros de leite.
Segundo
o MPE, os presos são transportadores de leite e familiares. Em Ibirubá, foram
detidos João Cristiano Prank Marques, Angélica Caponi Marques, João Irio
Marques, Alexandre Caponi, Daniel Riet Villanova, Rosilei Geller e Natália
Junges. Em Guaporé, o preso foi identificado como Leandro Vincenzi.
A
adulteração é considerada crime hediondo de corrupção de produtos alimentícios,
previsto no artigo 272 do Código Penal. De acordo com o Ministério
Público, a simples adição de água, com a intenção de aumentar o volume provoca
perda nutricional, que é compensada pela adição da ureia – produto que contém
formol em sua composição – e é considerado cancerígeno pela Agência
Internacional para Pesquisa sobre Câncer e pela Organização Mundial de Saúde
(OMS).
A
fraude foi comprovada por meio de análises químicas do leite cru, onde foi
possível identificar a presença do formol que, mesmo depois dos processos de
pasteurização, persiste no produto final. Com o aumento do volume do leite
transportado, os "leiteiros" lucravam 10% a mais que os 7% já pagos
sobre o preço do leite cru, em média R$ 0,95 por litro.
Segundo
o Ministério Público, as empresas investigadas transportaram aproximadamente
100 milhões de litros de leite entre abril de 2012 e maio de 2013. Desse
montante, estima-se que um milhão de quilos de ureia contendo formol tenham
sido adicionados. Amostras coletadas no decorrer da investigação em
supermercados da capital apontaram fraude em 14 lotes de leite UHT.
A
operação contou também com auxílio da Promotoria de Justiça Especializada
Criminal de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária.
Leite Líder - UHT Integral
SIF 4182 -
Fabricação: 17/12/12
Lote: TAP 1 MB
Leite Italac - UHT Integral
Goiás Minas - SIF
1369
Fabricação:
30/10/12 - Lote: L05 KM3
Fabricação: 5/11/12
- Lote: L13 KM3
Fabricação: 7/11/12
- Lote: L18 KM3
Fabricação: 8/11/12
- Lote: L22 KM4
Fabricação: 9/11/12
- Lote: L23 KM1
Leite Italac - UHT semidesnatado
Goiás Minas - SIF
1369
Fabricação: 5/11/12
- Lote: L12 KM1
Leite Mumu - UHT Integral
Vonpar - SIF 1792
Fabricação:
18/01/13
Lote: 3 ARC
Leite Latvida - UHT
Desnatado
VRS - Latvida -
CISPOA 661
Registro: 37/661
Leite Latvida - UHT
Semidesnatado
VRS - Latvida -
CISPOA 661
Registro: 48/661
Leite Latvida - UHT
Integral
VRS - Latvida -
CISPOA 661
Registro: 36/661
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