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O desembargador federal Marcus Venícius, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (Brasília) exigiu que o prefeito Neuzari Pinheiro, de Porto Walter, não volte ao poder. Esta foi a condição para o magistrado emitir o alvará de soltura, que beneficiou ainda dois filhos e o irmão do prefeito, presos em flagrante no dia 22 de abril deste ano.
A ordem para libertar o prefeito deve ser cumprido ainda nesta terça-feira pelos policiais federais de Cruzeiro do Sul. O advogado Emerson Andrade, que faz a defesa do prefeito, admite que “a estratégia aproveitou esta moeda de troca”, esclarecendo que “é mais vantagem o prefeito solto, embora sem reocupar o cargo até o fim do seu mandato, considerando a gravidade do seu estado de saúde”. O prefeito continuará afastado para tratar de problemas no coração. Ele fez cinco cirurgias de ponte de safena.
A saúde de Neuzari, no entanto, não foi argumentada no pedido soltura, que se baseou apenas em detalhes de um suposto erro técnico na investigação da PF. Para o desembargador, Neuzari está sujeito a voltar ao presídio caso ele interfira na instrução do processo. A liberdade do prefeito, que responde por formação de quadrilha, peculato e falsidade ideológica, tem caráter provisório, e ele não pode deixar o estado sem prévia autorização judicial.
O advogado mantém a tese de inocência plena do prefeito, apesar da dificuldade da defesa de descaracterizar os crimes. Neuzari, de acordo com a PF, ocultou bens de origem ilícita quando loteou em nome de seus familiares imóveis rurais doados pelo estado para fins de reforma agrária. “Não há cabimento. Essas terras são do prefeito e nós vamos provas isso”, refutou o advogado.
Assem Neto, Da TV Gazeta
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