segunda-feira, 30 de julho de 2012

Comercialização de carne pode ser prejudicada sem comprovação de vacina

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A partir de 1º de outubro, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre só vai emitir a Guia de Transporte Animal (GTA) se o produtor comprovar vacinação contra a brucelose. A medida faz parte de uma série de ações do Idaf para atender às determinações do Ministério da Agricultura.

“A norma federal proíbe o trânsito do animal que não esteja vacinado contra a brucelose”, alerta o diretor-presidente do Idaf, Luiz do Augusto Ribeiro do Vale. Sem a Guia de Transporte Animal, o produtor terá dificuldades para comercializar a carne. Praticamente, inviabiliza o comércio. Daí a importância de manter a sanidade do rebanho.
“O produtor tem que vacinar as fêmeas de três a oito meses”, orienta Luiz Augusto. Nos últimos 18 meses, 500 agentes foram qualificados pelo Idaf para aplicação das vacinas.
O que dificulta a vacinação contra a brucelose é que, para vacinar de acordo com o estabelecem as normas ministeriais, o produtor deve estar referendado por um médico veterinário (responsável técnico), com agente vacinador treinado. Isso é mais um custo para quem produz.
De acordo com o diretor-presidente do Idaf, um custo que pode ser traduzido em economia. “A fêmea brucênica tem problema de fertilidade: ela aborta nas duas primeiras gestações”, defende. “A aftosa traz prejuízo indireto ao produtor porque cria-se um problema de mercado”.
A unidade da vacina para combater a brucelose custa entre R$ 1,6 e R$ 2. Basta uma aplicação para que a fêmea esteja livre da doença. A aplicação do medicamento, no entanto, exige cuidados, o que obriga treinamento específico. A lógica não é que o Idaf vacine. O cuidado e o manejo devem ser feitos pelo produtor, sob orientação e fiscalização do Idaf.
O consumo de carne bovina com brucelose não traz consequência à saúde humana, mas há riscos para quem maneja a carne nos frigoríficos. “Além do mais, trabalha-se com a lógica de que o plantel deve estar saudável em todos os níveis”, ressalta o diretor-presidente do Idaf.
Cinco municípios do Acre não alcançam meta de combate à aftosa
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Luiz Augusto Vale: pecuarista tem que ter consciência
A cobertura vacinal mínima de 90% não foi alcançada em cinco municípios do Acre. Jordão, que vacinou 84% do rebanho; Marechal Taumaturgo vacinou 66%; Mâncio Lima, 84%; Porto Walter, 75% e Feijó, com 74%.

“Nas comunidades isoladas, o Idaf saiu de uma situação de cobertura praticamente residual para uma percentagem mais segura do ponto de vista sanitário”, diferencia o gerente de Defesa Animal do instituto, Jean Carlos Torres da Silva. “É o caso de Marechal Taumaturgo que tinha meio ponto percentual e agora aumentamos para 66”.
Isso em apenas dois anos. Em Porto Walter, a situação foi idêntica. A cobertura vacinal era de apenas 10%. Agora aumentou 65 pontos percentuais. Hoje, a cobertura vacinal do Acre é de 98,18%, em um plantel contabilizado em 2,4 milhões de animais.
“Não existe pecuarista isolado”, adverte o diretor-presidente do Idaf, Luiz Augusto do Vale. “O pecuarista da região desses municípios têm que ter consciência da importância de manter a saúde do rebanho”.
O Idaf não multou ninguém ainda. “Nesse momento, temos que fazer um trabalho quase que de catequese”, pondera Luiz do Vale.
Os municípios do Vale do Acre possuem o rebanho comprovadamente mais saudável com quase todos rebanhos vacinados.

Fronteira ainda mantém Ministério em estado de alerta
Mesmo com a declaração do governo boliviano de que pretende conquistar o selo de “Área Livre da Aftosa” em 2015, a região de fronteira sempre exige maior cuidado por parte do Ministério da Agricultura brasileiro.

A Comissão Sul-Americana para Luta Contra Febre Aftosa (Cosalfa) é o organismo criado há 40 anos e que atua como instância deliberativa para ações de combate à doença em todo continente. A Bolívia é signatária dos acordos firmados na comissão.
Isso dá mais segurança de que La Paz mantenha atenção para a região de fronteira com o Acre, mesmo sabendo das recentes ações do governo boliviano de desocupação dos brasileiros que estão na região. No caso da pecuária, os maiores produtores de carne são brasileiros e a saída desse grupo ainda não planejada.

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