Deputado federal Gladson Cameli como procurador Fernando Piazensk, no MPF/Fotos: Assessoria
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Com
o intuito de esclarecer, contribuir e encontrar uma solução para os diversos
problemas que afetam os povos indígenas do Acre, o deputado federal Gladson
Cameli (PP/AC), esteve na manhã desta segunda-feira,26, no Ministério Público
Federal (MPF) e na Fundação Nacional do Índio (Funai), solicitando as
autoridades competentes informações sobre os processos de investigação
relacionados a denúncias de inoperância e descaso no setor de saúde indígena do
estado e outros problemas que envolvem as comunidades dos vales do Purus e
Juruá.
Cameli
quer uma audiência com a Assosiação Paulista Para Desenvolvimento da Medicina
(SBPM), ONG paulista responsável pelo gerenciamento de recursos do Ministério
da Saúde para a saúde indígena do estado e buscará informações também no
Ministério da Saúde e Ministério da Justiça sobre a aplicação desses valores.
A
organização ficou responsável pela gerência após uma determinação do Governo
Federal em retirar os recursos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e das
prefeituras argumentando carência no sistema de atendimento das administrações
municipais.
De
acordo com várias lideranças indígenas, as sucessivas mortes de índios no Acre
são atribuídas a burocracia e a falta de cumprimento de vários acordos entre os
gestores da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), Distritos Sanitários
Especiais Indígenas (DSEI's) e Pólos de Atendimento aos Povos Indígenas,
localizados em sete municípios acreanos com mais de 350 lideranças, em agosto
de 2011, durante o I Fórum de Saúde Indígena do Acre, Sul do Amazonas e Noroeste
de Rondônia.
Num
diálogo claro com o procurador do MPF no Acre, Fernando Piazensk, o parlamentar
destacou sua preocupação com as comunidades tradicionais informando que chegou
ao seu conhecimento várias denúncias de má gestão, abandono e diversos fatores
sociais como alcoolismo, prostituição e agressões físicas, que têm levado
grande parte dos indígenas da região a uma situação de miséria.
No
MPF, o deputado recebeu das mãos do procurador cópias de uma Ação Civil Pública
movida pelo procurador Anselmo Henrique acionando a Justiça Federal contra a
União para que os povos indígenas recebam atendimento de saúde adequado em todo
o estado.
Piazensk
disse que a Casa de Saúde do Índio (Casai), em Rio Branco, tem sido ao longo
dos anos, um dos principais focos de denúncias e orientou Cameli a intervir
junto aos demais órgãos administrativos, jurídicos e ao Ministério da Saúde e
Ministério da Justiça para encontrar uma solução para o caso.
Na
Funai, Gladson esteve com a coordenadora regional, Evanízia Puyanawa, que falou
da falta de estrutura da instituição no Acre e pediu apoio no sentido de tirar
os indígenas da situação de vulnerabilidade em que vivem atualmente.
O parlamentar com a coordenadora da Funai no Acre, Evanízia Puyanawa
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“Hoje
temos problemas sociais graves afetando os povos indígenas, e no quesito saúde
pública temos encontrado agravantes devido as mudanças ocorridas no sistema de
gerenciamento no último ano. No entanto, estamos acompanhando essa situação e
nos esforçando para ajudar a solucioná-lo”, garantiu ela.
Além
dos documentos que tem em mãos, o deputado agendou audiência com o MPF e a
Funai após tomar conhecimento de uma reportagem investigativa que denunciou uma
sucessão de mortes de indígenas em vários municípios acreanos.
“Devemos
estar atentos a todas as questões que têm deixado esses povos aflitos. Devemos,
como representantes da sociedade, acompanhar esse problema e cobrar das
autoridades responsáveis uma solução imediata e evitar mais mortes entre os
índios acreanos. Iremos aonde for preciso para saber quem é o responsável para
por fim ao caos instalado entre os indígenas acreanos”, afirmou Cameli.
Na
quarta-feira, 28, o deputado estará reunido também com o superintendente da
Polícia Federal no Acre e com o gerente do Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS) para tratar sobre as questões indígenas.
Agência ContilNet
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