A ex-senadora Marina Silva decidiu se filiar ao PSB
do governador Eduardo Campos (PE). A decisão foi tomada após conversas
iniciadas na noite de ontem e concluídas na manhã deste sábado (5).
Assim como Marina, Campos é virtual candidato à
Presidência da República. Há, entretanto, um desejo do PSB de ter a
ex-senadora, que recebeu 19,6 milhões de votos na disputa presidencial de 2010,
como vice na chapa do governador.
A união entre Marina e Campos tem o objetivo de
formar uma consistente terceira via na corrida ao Planalto, em contraposição à
candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e à postulação do
oposicionista Aécio Neves (PSDB).
Em sua entrevista ontem, Marina já
havia dito que sua decisão levaria em conta o desejo de "quebrar" a
polarização política existente no país. Desde 1994, PT e PSDB são os principais
antagonistas no cenário político nacional.
Na sexta-feira, enquanto Marina Silva
discutia seu futuro com aliados, o primeiro contato de Eduardo Campos foi
feito. Em seguida, ele pegou um avião para Brasília para ter uma conversa
pessoalmente com a ex-senadora.
FRACASSO DA REDE
A decisão de migrar para o PSB foi
tomada após a Rede Sustentabilidade não ter passado no teste das assinaturas,
conforme decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na última quinta-feira
(3). Para disputar as eleições de 2014, ela precisa estar filiada a um partido
político até hoje.
O Tribunal negou o registro por 6 votos
a 1, após concluir que seus organizadores não alcançaram o respaldo popular
exigido pela legislação, de pelo menos 492 mil eleitores --faltaram quase 50
mil assinaturas.
As esperanças da Rede começaram a ruir
logo no início da sessão, com o voto da relatora do processo, Laurita Vaz, que
considerou "inconcebível no ordenamento jurídico" o pedido da Rede
para que o TSE aceitasse quase 100 mil assinaturas rejeitadas sem justificativa
pelos cartórios eleitorais nos Estados.
Depois do naufrágio no TSE, Marina
passou a discutir o convite recebido por oito legendas, tendo centrado seu foco
no PSB e no PPS devido a dois fatores: serem duas legendas com integrantes e
atuação relativamente similar à da Rede Sustentabilidade e terem já estruturas
montadas nacionalmente e nos Estados.
De acordo com a última pesquisa do
Datafolha, do início de agosto, Dilma lidera a corrida para 2014, com 35% das
intenções de voto. Marina tinha 26%. Aécio (13%) e Campos (8%) vêm logo em
seguida.
Fonte: UOL
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